Por: Geovana Barcelos
Edição: Yan Tavares
Ao iniciar o projeto, nos deparamos com a primeira dificuldade, a forma como jornalistas - no nosso caso, estudantes de jornalismo - são vistos por parte de seu público. Como classe formadora de opinião, sentimos a necessidade da confiança da população. No primeiro contato com alguns permissionários, sentimos na pele, uma visão generalizada para com o trabalho jornalístico. Como sendo quem tem por dever, formar opiniões, nos vimos do outro lado, sendo criticamente analisados como objetos de todo o tipo de opinião formada. Trata-se dos protagonistas - trabalhadores que fazem e sempre fizeram a história do mercado e são parte do patrimônio da cidade - que de alguma forma, por algumas parcialidades, alguns recortes apenas positivos ou negativos, que de alguma forma, já os prejudicaram. Diante disso, se apresenta a dificuldade em confiar novamente em algum veículo - mesmo que seja experimental, sem nenhum tipo de interesse, a não ser o de cobrar cada promessa feita a quem realmente faz esse patrimônio, cada direito de todos os permissionários. Percebo esse receio, assim que me identifico como
estudante de jornalismo, a conversa muda de tom e qualquer toque ao celular
os deixa nervosos, desconfiados com a possibilidade de que aquela conversa possa ser gravada. Alguns chegam até a me questionar sobre essa possibilidade, outros
preferem simplesmente parar de falar e não mais me atender. Um
entrevistado que chamou a minha atenção foi aquele que quando questionado se
poderia ser filmado, questionou: “Vocês irão cortar algo que eu disser? Porque se
fizerem isso, prefiro não gravar.” No fundo, percebo na maioria, esse medo de
que eu acabasse manipulando suas falas e com isso, fossem mais uma vez prejudicados.
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