quinta-feira, 11 de junho de 2015

A última página!

Por Amanda Barreto
Edição: Romário Júnior


     É como chegar ao fim do livro: sua mente possui novos conhecimentos e seu coração novas histórias; você não é mais o mesmo.
     A única diferença, é que nesse livro, os personagens eram de carne e osso. Os contos, mais que lidos, foram vividos, abraçados e sentidos. Ganhamos biscoitos e sorrisos.
     Se algum de nós não conhecia o Mercado Municipal antes desse trabalho, certamente não se verá fora dele, depois do capítulo final.
     Hoje se encerra nosso projeto de 2º período, e aqui ficam registradas as histórias, as pesquisas... as pessoas!!!


Feirante sustenta família com a venda de milho

Por: Romário Júnior
Edição: Yan Tavares

   Há 30 anos trabalhando no Mercado Municipal de Campos com a venda de milhos, Nelson Morais ou "Nelson do milho" - como é conhecido pelos seus fregueses e consumidores, fala sobre sua vida dentro da feira e de como as coisas mudaram negativamente para ele, "O nosso trabalho aqui é muito exaustivo, e não temos valorização e estrutura para exercer nosso trabalho com dignidade. Acordo às 3h, e às 5h tenho que estar com tudo pronto, mas hoje infelizmente, as vendas caíram drasticamente. Em torno de anos atrás, eu vendia em uma semana aproximadamente cerca de 1200 milhos, hoje consigo vender metade, em um mês". 



   O senhor Nelson, se diz orgulhoso com a profissão e agradece aos milhos, por o que conquistou, "Foi com a venda do milho que comecei a ganhar algo na vida e sustento até hoje minha famílias, assim criei meus filhos e vou seguindo em frente", concluiu o feirante.

O amor pelo Mercado

Por: Geovana Barcelos
Edição: Romário Júnior

Há cinco anos nos Mercado municipal de Campos, Rodrigo Souza ajuda o seu sogro na feira, sempre que lhe sobra um tempo e com isso, tira algum dinheiro extra que o ajuda bastante no final do mês. Sobre o processo de reforma para a revitalização do Mercado, Rodrigo revela ter medo de acabar perdendo essa renda extra que obtêm, devido à mal localização do que seria a localização provisória  do Mercado e fazendo do camelô um parâmetro, ele pensa que podem ser dias difíceis.


 "O camelô mudou de local e teve prejuízo, tenho medo que isso possa acontecer com o Mercado" afirmou o feirante. Além do medo de ficar no prejuízo, há também a apreensão que se modifique sua localização em caso de um possível retorno, "Tenho medo de quando voltar, ficar em um lugar escondido" finalizou Rodrigo.

quarta-feira, 10 de junho de 2015

"Nós estamos enfrentando um recomeço'', afirma feirante.

Por Leandro Neves
Edição: Amanda Barreto


     Há 14 anos trabalhando em sua banca com artigos para presentes - como bolas, pelúcias  e bolsas - Jorge da Rocha Barcelos é mais um entre os muitos vendedores que sofrem com a baixa das vendas no atual camelódromo. Há 1 ano, o feirante está no atual ponto e revela que os produtos não são tão vendidos como no antigo local.



     ''As vendas estão paradas. Antes eu trabalhava no antigo ponto e já tinha os fregueses certos. Ao mudar, houveram dificuldades de localização. Estamos alcançando novos fregueses, mas a travessia da rua e a dificuldade em encontrar os nossos boxes, dificulta a vida dos compradores. Toda mudança enfrenta dificuldades, nós estamos enfrentando um recomeço'', afirmou o feirante.
     Seu Jorge, tira todo o seu sustento do mercado e conta que entrou para o ramo de vendas porque desde a infância, percebia que levava jeito para o comércio. 



terça-feira, 9 de junho de 2015

"Eu acho tudo o que preciso aqui", afirma consumidora.

Por Amanda Barreto
Edição: Romário Júnior 



     Georgina Rodrigues Figueiredo tem 59 anos, mora em Vila Velha, e faz do Mercado Municipal parada obrigatória todas as vezes que visita a cidade de Campos.









segunda-feira, 8 de junho de 2015

De onde vem a carne do Marcado Municipal de Campos


Por: Alexandre Henriques
Edição: Yan Tavares

   É de grande importância para os consumidres, saber de onde vem o produto que vai para sua mesa. Diante disso, você consumidor do Mercado Municipal, tem aqui a resposta para tal. E fomos buscá-la, em entrevista com três açougueiros do Mercado.





  
   O pirmeiro entrevistado é Leonardo de Souza, que revela que a carne vendida em seus açougue é escolhida por um frigorífico que o revende,"O gado que vendo aqui, geralmente vem de Bom Jesus e São Franciso do Itabapoana" disse Leonardo.
   




  
   Já seu Manoel Francisco, hoje com 70 anos, contabiliza mais de 50 anos em seu açougue. Neste tempo, criou e sustentou sua família - cinco filhos e três netos -, com a renda obtida no Mercado. Perguntado sobre de onde vem a carne, ele revela que vem do mesmo lugar de Leonardo, "O animal que vendo aqui vem de alguns municípios, mas os principais são Bom Jesus e São Franscico do Itabapoana", revelou seu Manoel.







  
   Por último, Fernando Ribeiro declara que a carne que vende ali, vem de três municípios, "Além de São Francisco, minha carne vem de Campos e Macaé.
    Ele diz ainda que a fiscalização tem ajudado, com relação à procedência da carne, "Com este trabalho de fiscalização feito desde onde compramos, tem colaborado há alguns anos, afinal nós ficamos mais seguros na hora de comprar para revender, e o consumidor na hora de comprar conosnco para seu consumo", concluiu o açougueiro. 









Entre um bate papo e outro, a gente molha a palavra


Por: Jhonny Diorel
Edição: Yan Tavares


   Política, mulheres, futebol, são alguns dos principais assuntos de boteco. Mulheres, esse assunto, sobra história, todas com vantagens favorecedoras, claro aos frequentadores e contadores de "causos". O tira gosto, já quase frio, esquenta as línguas afiadas dos novos e velhos personagens sempre presentes no mesmo cenário, com as mesmas falas decoradas, os mesmos temas, os desabafos de alguma coisa ou de coisa alguma.
   À frente de tal negócio, o gerente, atendente, ouvinte, mediador, apaziguador, ou simplesmente dono do boteco. Quanto a mediar, talvez fosse melhor dizer fazer média? Afinal, o freguês tem sempre razão, e não contrariar a clientela é regra básica, para não correr o risco de perdê la, assim o lema destes, é nunca discordar. 






   Nos botecos do Mercado Municipal, não é diferente, e os assuntos prometem, quanto ao que se é consumido e nem sempre é pago - os famosos fiados -, fica registrado, ou melhor, pendurado no famoso e empoeirado caderninho de ocorrência, de anotações, ou mesmo de fiados. De fato, fica tudo em casa, opa, no boteco, que já tornou-se para uns, endereço referencial, ou mesmo fixo, para aqueles que viram parte deste ambiente com as famosas falas: daqui não saio, daqui ninguém me tira, não, aqui me ninguém me trai, e oh, não me empurra não hein.
   Assim, caminha a vida nos botequinhos do Mercado, cheio de histórias, bebidas na mesa, muitos frequentadores e quase sempre, os mesmos, sempre com as mesmas desculpas para o fiado naquele tal caderninho famoso, que para a tristeza do dono do recinto, continua a todo vapor. Fato é que este, ouve sempre a mesma ladainha de seus amigos clientes e caras de pau, assíduos no local, aquela velha e repetida frase do tipo: "Pendura aí, que hoje eu tô sem um pau para atirar no gato!", e assim seguem estes estabelecimentos e clientes, mantendo suas tradições e a tradição do nosso Mercado.

domingo, 7 de junho de 2015

Se chorei ou se sorri, o importante é que no Mercado eu vivi!

Por: Aline Mendes
Edição: Yan Tavares

   Regina Freitas Benz tem 74 anos e toda uma história ligada ao Mercado Municipal de Campos. Mesmo não sendo feirante, ela vivenciou e é hoje parte da história dali. Afinal, morava ali em frente, na pensão de dona Dorinha - sua mãe, que na verdade se chamava Isabel -, então localizada na rua Barão de Amazonas, “A pensão alugava quartos e minha mãe, Isabel, fornecia marmita para pessoas de fora. Os dormitórios eram ocupados por meninos de Itaboraí, que vendiam laranjas na feira. Eu inclusive, gostava muito de ir à feira com minha minha mãe, adquiri o hábito de pegar a comida de minha casa e dar aos pobres - como chama os mendigos -, peguei apreço por eles. Depois, passei a ir até lá, para levar o jantar para um primo que vigiava o Mercado na parte da noite", conta de início, esta que ainda teria muita história pela frente.
   Ela relembra que sofreu com a enchente de 1966, quando em 15 de janeiro - dia de seu aniversário -, teve que se afastar, "A pensão começou a rachar paredões enormes, infelizmente não havia condições de ficar. Então, nos mudamos provisoriamente para a rua do Rosário. O Mercado também sofreu. Aliás, nesta época vi pessoas andarem de barquinho na Lapa - o cais ainda não tinha sido construído. Depois disso, voltamos e vivemos por mais dois anos lá, até que não houve mais condições", disse a filha de dona Dorinha.
   Após relatar uma triste passagem, dona Regina nos conta sobre uma pracinha, onde se divertia naquela época, "Onde hoje é o camelódromo, existia uma pracinha com alguns banquinhos de ferro, era o que tinha pra gente fazer, nada mais, e até gostávamos. Era onde íamos para namorar, conversar, se distrair, era o nosso lazer. Hoje carrego uma lembrança linda e muitas saudades de tanta história", declarou alguém que vive desde sempre a história deste patrimônio histórico e cultural da cidade, e também dirige-se a ele, como "o nosso Mercado".

                  Contribuições:Hélvio Cordeiro

Camelô com muito orgulho

Por: Jhonny Diorel
Edição: Yan Tavares

   Na vida nem sempre se consegue fazer aquilo que realmente gosta, muitos se quer conseguem descobrir os seus dons e por consequentemente, tão pouco lapidá-los. Já para outros o talento bate na porta, e cabe a estes captar a mensagem, aperfeiçoar e colocar em prática o que se tem de melhor, em prol do sustento de cada dia, com dignidade e determinação. 
   O camelô Balbino Moisés dos Santos, ali conhecido por Bino, diz amar o que faz há quase seis anos no camelódromo, "Nem os altos e baixos nas vendas, me fazem desanimar de minha função, que muito me orgulha nesta vida. Nem as dificuldades que muitas vezes passamos aqui, me farão desistir do que faço e com muito orgulho escolhi fazer. Daqui tiro o principal sustento de minha família", disse o permissionário.

Bino é hoje, casado e pai de um casal de filhos - já adolescentes e estudando em escola pública. Ele lamenta por não ter melhores condições financeiras para proporcionar uma melhor educação para os seus filhos, "Gostaria de poder fazer mais por eles, mas faço o que minhas condições permitem", reclamou.
Sobre o espaço provisório, o ambulante lamenta a perda de alguns clientes, "Penso que a clientela acabou perdendo a referência do local onde já estavam acostumados a comprar. Por outro lado, a conquista do novo é sempre bem vinda", declarou. Esperançoso com relação às reformas para o Mercado Municipal e o Camelô, ele revela o que espera para o futuro, "Acredito em dias melhores para os camelôs campistas, apesar de infelizmente dependermos para o nosso sustento, de gestores com má vontade para conosco, isto é lamentável", concluiu o Bino do camelô.

sábado, 6 de junho de 2015

Vem pro mercado você também, vem!


Por: Aline Mendes
Edição: Romário Júnior 

Mercado Municipal sempre foi sinônimo de preço baixo. E nos dias de hoje, aquela pechincha faz toda a diferença no fim do mês. Os grandes supermercados investem em propagandas e acabam conseguindo atrair os consumidores.
 Mas quando vamos comparar os preços, percebemos que o valor da propaganda quem paga é o consumidor no final. Nas grandes redes de supermercados da cidade, o preço do tomate em média custa R$ 4,89, já nas bancas do mercado encontramos o mesmo produto com o preço médio em torno de R$ 2,60.


 Muitas vezes o cliente não pesquisa o preço e acaba deixando de economizar, mas quando faz a comparação, consegue entender que vale a pena gastar a sola do sapato.
 No mercado municipal as frutas e verduras quase sempre são mais baratas, e os bons vendedores do mercado ainda fazem um desconto no final da compra. "15 reais e 30 centavos. 15 paga". Já ouviu isso né?
 Enquanto nos supermercados, o cliente tem que pagar os centavos, já que quem atende é um funcionário, diferente do mercado, onde você quase sempre negocia direto com o dono da banca.
Marquinho cabeludo 


Fiz um comparativo de preços e deixo aqui.

Mercado              | Rede de Supermercados

Tomate    R$ 2,60 kg | R$ 4,89 kg
Alho         R$ 1,39 | R$ 1,69  (100g)
Laranja    R$ 2,50 dz| R$ 1,99 kg
Abóbora   R$ 2,80 kg |R$ 2,29 kg
Banana    R$ 2,50 dz  | R$ 1,59 kg
Cebola     R$ 4,80 kg | R$ 5,99 kg

E vemos o tanto de economia por podemos levar muito pagando pouco, pois a diferença do Mercado é que alguns produtos é a dúzia já nos supermercados é a kilo.


"Tive que tirar meu filho do colégio particular", afirma camelô.

Por Romário Júnior
Edição: Amanda Barreto


    Se já não bastasse a crise financeira e o desemprego, a mudança do camelô está refletindo de forma negativa nas vendas e preocupando os comerciantes que dependem do sustento do camelódromo para sobreviver. 



   É o caso da senhora Tereza Cristiana, de 54 anos. Ela trabalha há 10 anos no Camelô e agora tem que lidar com os produtos encalhados nas prateleiras. "A situação está muito difícil, a mudança causou um desastre nas vendas. o movimento enfraqueceu e o jeito é ter criatividade para tentar vender algum acessório", constata Dona Tereza. 
   A queda das vendas foi tão grande que chegou a afetar a família de Tereza Cristina. "Por motivos de ordem financeira tive que tirar meu filho do colégio particular e pôr na escola pública. Tive que cortar alguns gastos necessários, porque as despesas já eram maiores que o meu salário", finalizou.



sexta-feira, 5 de junho de 2015

Há 47 anos no Mercado, feirante fala sobre a reforma

Por Leandro Neves
Edição: Amanda Barreto

     
     Há 47 anos no Mercado Municipal trabalhando com a venda de frutas, Edilon Soares Souza de Azeredo, é mais um entre os feirantes que apoiam a reforma do ponto, mas ele acredita que os feirantes não deveriam sair de seu atual local. ''Aquilo lá não existe, está fora de mão'' afirma o vendedor quando perguntado sobre o ponto onde ficariam durante a possível reforma.


"Vai ficar complicado", diz peixeiro.

Por Alexandre Henriques
Edição: Amanda Barreto   


     Este é Roberto Santos Souza, ele tem 33 anos e trabalha na peixaria do Mercado há 5 anos.


     Segundo ele, a pesca feita duas vezes por semana em alto mar garante o sustento de sua família. Algumas vezes, ele não consegue pescar nada, principalmente quando o vento está forte, mas tem que enfrentar o desafio, afinal de contas, esse é o seu pão de cada dia.
     Roberto diz ter uma boa freguesia e afirma que começa a vender bem cedo - ás  duas horas da manhã - para os varejista e por volta das seis da manhã para os consumidores.
     Quando o assunto é a reforma do Mercado, Roberto se diz muito preocupado com a mudança, "Se eles fizessem a reforma em um de cada vez, seria melhor para todos, mas desta maneira que estamos sabendo vai ficar complicado", diz o peixeiro.








quinta-feira, 4 de junho de 2015

Por favor, 2 pastéis e 1 caldo de cana.

Por Amanda Barreto
Edição: Romário Junior

     Saborosa e tradicional, a combinação pastel com caldo de cana conta a história do Mercado. Dona Dora, de 72 anos, comanda a Pastelaria que está há 3 gerações em sua família. 
     A cidade e a cana tem suas raízes confundidas no solo Goytacá.


Tem peixeiro se afogando.

     Imagine um rio estreito e vislumbre as suas duas margens: de um lado, o grupo do "sou a favor"; do outro, o grupo do "não é assim que deve ser feita"; no meio, vendo suas vidas serem discutidas, o grupo do "eu sempre vivi aqui", se afogando enquanto as pessoas discutem às margens do Rio.
     Assista toda a polêmica que envolve a reforma do Mercado Municipal de Campos dos Goytacazes, retratada na reportagem de Robson Fraga; clique aqui.


O dia em que as portas se abriram.

Acervo do Instituto Historiar

     "Serão abertas hoje, de par em par, as portas do Mercado Novo, podendo desse modo, o povo de Campos se orgulhar de possuir um próprio municipal que muito serve para honrar as tradições progressistas da cidade (...)", assim começava a matéria na edição do jornal “Monitor Campista”, do dia 25/09/1921, citada por Hélvio Cordeiro, membro do Instituto Historiar.
  Faça uma viagem ao dia da inauguração do Mercadão,clicando aqui.

A cara do Mercado

Por: Geovana Barcelos
Edição: Romário Júnior


     O mercado se caracteriza por alimentos encontrados unicamente lá e na tradição que ali existe; pessoas que vivem do Mercado e outras que vivem para o Mercado. Compradores fiéis, que não deixam de comer o tradicional pastel com caldo de cana e com isso, se dá a "cara do Mercado".


            Aqueles legumes sempre frescos e os vendedores simpáticos, caracterizam o mercado.


Não tem Hortifruti quando o assunto são as frutas do mercado.  


           Aquele tradicional biscoito que todos que vão ao mercado não deixam de provar.

E qual será a nova ''cara'' do mercado?

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Uma História em fotografia.

     
Foto: Divulgação

     "Em 1917, o Prefeito Dr. Luiz Caetano Guimarães Sobral, querendo dotar a cidade com um Mercado que atendesse às necessidades da população, contratou o engenheiro Prudent Noel para construir um Mercado Novo na Praça Azeredo Coutinho, que só ficou pronto em 1921."
     Esses 94 anos de história, você confere - em detalhes e em fotografia - na reportagem do Blog "Campos dos Goytacazes em Fotos"; clique aqui.


"Este é o segundo maior atentado à memória cultural de Campos", diz Renato Siqueira sobre projeto de reforma.

Por Yan Tavares
Edição: Amanda Barreto



   Dentre tantos projetos referentes à reforma e revitalização do Mercado Municipal - variados tipos de proposta já foram apresentadas -  o destaque fica por conta da defesa da preservação do patrimônio histórico de Campos, debate que já vem ganhando força pelos menos desde 2003, ano da primeira proposta apresentada. "Este atual projeto é o segundo maior atentado à memória cultural  da cidade, perdendo apenas para a derrubada do Trianon no Boulevard Francisco de Paula Carneiro", enfatizou o arquiteto e urbanista, professor Renato Siqueira.



Foto: Divulgação



   Quanto aos projetos já propostos, Renato destaca dois projetos de revitalização do Mercado que em sua opinião, seriam os melhores para cada permissionário, "Para a feira livre,  penso que o melhor projeto, seria o proposto em 2003, pelo arquiteto Sérgio Dias, na rua José Alves de Azevedo, próximo às mediações da avenida Princesa Isabel. Seria algo amplo, com estacionamento, espaço para embarque e desembarque de ônibus, enfim, toda uma infraestrutura necessária para proporcionar conforto e comodidade aos usuários. Já para os camelôs, vejo como ideal, a proposta feita em 2008, pela antiga  Secretaria de Planejamento, hoje extinta pelo atual governo. Neste, o camelódromo ficaria na Barão de Amazonas, entre as ruas Tenente Coronel Cardoso e Siqueira Campos, evitaria o sucateamento do Mercado, e daria espaço e comodidade aos vendedores."        Sobre as questões que envolvem o Mercado Municipal como patrimônio, o professor volta a se declarar totalmente contrário à atual proposta da Prefeitura, aprovada pelo de Preservação do Patrimônio  Arquitetônico Municipal (Coppan), "A ideia deve ser dentro das condições que o prédio histórico comporta, adequado  às condições de trabalho e preservação do patrimônio, ao contrário do que se está propondo, algo que apresenta ainda agravantes em condições de trabalho e de ambiência."
    Vale lembrar que o Mercado de Campos possui dois processos de tombamento. O primeiro, no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), ainda em início de tramitação, já o outro processo, se dá no Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Cultural (Inepac), este já na Casa Civil, prestes a ser encaminhado ao gabinete do governador. O Coppan já realizou o tombamento do Mercado, mas hoje assumiu um papel omissivo, traduzido pelo próprio Renato Siqueira, "O Coppan não cumpriu com sua função institucional, que era o de preservar o patrimônio público da nossa cidade", concluiu Renato.


terça-feira, 2 de junho de 2015

Detalhes que não saíram do papel.

     
     No dia 4 maio de 2013, o Portal G1 publicou uma matéria anunciando a reforma do Mercado Municipal de Campos dos Goytacazes; obra essa, descrita em detalhes no Diário Oficial... 2015, dois anos depois, e a obra ainda não saiu do Diário Oficial.

Leia a matéria completa aqui.

"Nós tememos sair daqui", afirma feirante.

Por Geovana Barcelos
Edição: Amanda Barreto


    Esbanjando simpatia, Milton Braga já trabalha no Mercado Municipal há 40 anos. Por influência de uma outra pessoa - muito querida pelo próprio - ele chegou à feira e hoje vive exclusivamente da renda que tira de lá. "Todos nós feirantes tememos sair daqui porque não temos certeza do que irá acontecer", afirma Milton.


segunda-feira, 1 de junho de 2015

Quem fornece ao Mercado Municipal

Por: Alexandre Henriques
Edição: Yan Tavares

   Jovelino Henriques pereira neto, 46 anos, é mais um fornecedor da feira do Mercado Municipal de Campos. Ele revela hoje preferir comprar produtos até mesmo de outros municípios, para fornecer à feira - apesar de ter trabalhado por muito tempo na lavoura. Há seis anos abastecendo - com frutas e legumes - ao Mercado, ele declara vender um bom percentual de seus produtos, mesmo apesar da atal crise geral pela qual se passa. "Ao longo deste tempo, conquistei uma boa freguesia, e mesmo com a situação atual, não tenho perdido clientela. Venho duas vezes por semana - fornece também para supermercados e hortifrútis -, com várias mercadorias, chego na parte da tarde e fico até à noite, conferindo tudo o que está saindo."

 
   
   Neste período - com fluxo maior depois das 10hrs -, observa-se diariamente a chegada de pequenos e grandes caminhões, oriundos do trabalho quem é a parte deste grande movimento da feira do Mercado - os fornecedores.
   Morador de São Francisco de Itabapoana, Jovelino diz que seus produtos vem do Espírito Santo, "Por vezes viajo durante a madrugada, para trazer os produtos ainda frescos, mas a maioria já chega por encomenda", declarou.
   Sobre os preços, ele revela que há uma inconstância com cada mercadoria, "Às vezes quem compra reclama de alguns preços, mas isso é normal, tem coisa que pro vezes aumenta, por outrora, despenca o valor, então no fim do mês, o saldo é positivo", concluiu um dos personagens que abastece ao nosso Mercado Municipal.


"Reformas sim, saída não"

Por: Jhonny Diorel 
Edição: Yan Tavares 

   No  Mercado  Municipal, se estende a discussão e o empasse  a respeito das reformas  e das provisórias mudanças de local. O que realmente querem  os permissionários, é dignidade e melhores condições de trabalho. Muitos deles, temem mudar de lugar e perder o seu espaço de trabalho, que para a maioria, é a única fonte de renda.
   Emauro Gregório dos Santos, é frequentador do mercado e diz já ter se acostumado com o local onde compra. "Compro a muitos anos aqui e não imagino ter que me deslocar para um outro local, onde possa vir a se instalar futuramente", declarou seu Emauro.


   Preocupado com a perda do seu espaço de trabalho, o feirante Lúcio Rangel de Souza, conhecido como "Galo", concorda com a necessidade de uma urgente reforma na feira, porém não vê vantagens na mudança provisória de local. Segundo ele, a clientela não se acostumaria tão rápido e facilmente com um suposto novo endereço. "A gente trabalha a tanto tempo em um só lugar, que acaba plantando e criando raízes, como laços de amizade entre os colegas de trabalho e com a clientela que se torna fiel ao nosso serviço de atendimento sempre comprando aqui com a gente, neste mesmo endereço. É por isso, que eu sou a favor das reformas, mas não da saída do nosso Mercado Municipal", concluiu "Galo".

 

domingo, 31 de maio de 2015

De feirante à freguês

Por: Aline Mendes
Edição: Yan Tavares
 
   Por quase quatro décadas José Inácio Ferreira 80 anos foi feirante. Vendia frutas, sendo algumas inclusive, de sua própria chácara, onde mora - em Travessão de Campos. A outra parte das frutas, vinham da Bahia e de Santa Luzia-ES. O Zé mineiro de Governador Valadares veio para Campos com 25 anos e trabalhou na Usina São José como cortador de cana. Na época, com dois filhos pra criar, precisava de uma renda melhor, até que conseguiu fazer uma inscrição para trabalhar no Mercado Municipal e logo em seguida adquiriu um ponto. Como não existia hortifrúti, as pessoas tinham que recorrer até o mercado. Com o passar do tempo, passou a ter muitos clientes, em sua barraca, onde também vendia coco rolado na hora, e pimenta moída.
   “Tínhamos alguns problemas com a fiscalização para com as mercadorias, até que conseguimos alvará para fixá-las no local. No início, tínhamos que levar embora todo fim de expediente. Eu inclusive, pagava alguns meninos para levar os produtos, depois trazê-los de volta, em uma carroça, chegando onde morava, eu pagava para guardar em um deposito. E assim fazíamos de domingo a domingo. Quem não tinha dinheiro para pagar fazer assim, era obrigado a vender barato, depois de pagar mais caro, se não perderia tudo. Os lucros eram bons, antes tudo era a preço de banana, comíamos dentro do mercado mesmo - antes era caro um prato de comida a R$ 10 - assim podia, sustentar casa, filhos e algumas namoradas na rua", brinca seu Zé.
 
   Ele conta ainda que acordava às 4h,para colher as frutas,  saia às 5h30min de sua casa e trabalhava na feira das 6h às 17h. "Na viagem, eu ainda dava umas frutinhas ao motorista, como um agrado." Ele possuía vara de porcos e fornecia para alguns colegas mercado. Ainda sobre a sua rotina, ele nos conta como era aos domingos, "Os domingos eram dia de toque de recolher, às 14h éramos obrigados a fechar para lavar, se o movimento fosse bom e passasse do horário, nós éramos multados. Hoje muita coisa mudou, as bancadas que agora são de cimento, antes eram cavaletes, tabuleiros e caixotes. O mercado antes era na lama, tinha que comprar esteira e papelão pra forrar no chão, diria que era quase que um brejo, hoje fizeram valão, jardim e galeria. Os ônibus passavam sempre onde era o camelô, depois mudou à rodoviária”, conclui o relato, o ex-feirante.
 
   Hoje o seu Zé - que declara ter sido um feirante de bom relacionamento em toda a feira, apesar de ser até hoje lembrado, como o “Zé Mineiro” deu um tiro no telhado do mercado -, já não trabalha mais no mercado, mas vai toda semana fazer sua feirinha e reencontrar os amigos de longas datas e bater um papo. Amigos esses, que o declaram como verdadeiro patrimônio histórico, devido às suas tantas histórias, em um lugar que conhece por completo. Por onde passa, é cumprimentado por todos que o conhecem. Para ele, não existe lugar melhor, "Sempre venho aqui, é parada obrigatória", declarou. Em sua volta para casa, cheio de alegria com suas compras, faz cerca de 40min de ônibus - da feira à travessão. Diante de tamanha história, este personagem, faz por merecer a cobertura de um dia com este:

 
Fazendo feira


Feliz com suas comprinhas


Com os amigos
Esperando ônibus na rodoviária 

Chegando à casa

sábado, 30 de maio de 2015

Figura Ilustre: Michel Haddad!

Por: Aline Mendes
Edição: Romário Júnior

Em Campos dos Goytacazes, habitava uma das figuras mais ilustres da nossa cidade, Michel Haddad, algumas pessoas conheceram, outras só ouviram falar que era um grande homem. Nasceu em Campos no dia 05 de julho de 1911. Michel era visto todos os dias, sentado na frente do antigo Café Monte Líbano, atual Largo da Imprensa, com um charuto na boca, bengala nas mãos e cercado das mercadorias que vendia.
                                              
(Arquivo Pessoal Jean Paul Haddad)
Chegou a ser dono de quatro lojas em Campos, mas, endividado, perdeu os estabelecimentos e foi para as ruas ganhar a vida como ambulante. É considerado o primeiro camelô de Campos e um dos precursores da profissão. Meses após sua morte, foi homenageado por Anthony Garotinho, prefeito da cidade na época, com a criação do Shopping Popular no dia 07/12/1991 que leva seu nome, Michel Haddad.
 
(Arquivo Pessoal Jean Paul Haddad)
Michel chegou a ser garoto propaganda fez comercial do banco Itaú em 1988; o Itaú cultural. Chamava-se Itaú cidades, quando foi inaugurada a agência da rua Santos Dummont em 1988. O Itaú colocava as personalidades da cidade pra fazer o comercial.

Nas tradicionais festas de Santo Amaro ele tinha barraca cativa na frente da igreja. “Se Michel não viesse, não tinha festa”. Dizia o padre. Naquela época TV era coisa escassa, muito menos existia internet, então a festa era o atrativo. ´´Certa vez chegou um camarada e disse seu Michel eu quero uma foto de São Pedro, ele não tinha, mas lembrou de uma foto na mala barbudo e cabelo branco olhos azuis piscina. Vendeu a foto como se fosse São Pedro e a pessoa acreditou. Conta Jean Paul Haddad neto do Michel.

(Arquivo Pessoal Jean Paul Haddad)

Outra história desse grande vendedor campista, conta que certo dia sem moldura pra por fotos de santinhos, ele comprou esterco e disse para os seus familiares; “Quer ver como se vende qualquer coisa bem montada?” E apostaram com ele, Michel pegou esterco seco, acrescentou perfume deixou e depois colocou a foto do santo, fez molduras, e conseguiu vender tudo! Não sobrou um, perderam a aposta.

Seu neto, fala com orgulho apesar do pouco contato, conhece bem suas histórias. “Falar sobre meu avô é fácil, apesar de conviver apenas 4 anos com ele, as histórias dele percorrem Campos. Era muito comum meu avô receber as personalidades politicas em Campos, mas ele não ia até elas, elas iam até ele. Veio em Campos e não falou com Michel, não veio a Campos. Digo isso de governadores e tudo mais, um deles foi o Moreira Franco.” Afirma Jean Paul Haddad. Jean está escrevendo um livro, e nele irá contar mais histórias sobre o avô.




"Não acredito que as obras do camelô serão concluídas", afirma camelô.

Por Romário Júnior 
Edição: Amanda Barreto

 Nem os preços baixos e a variedade de produtos são suficientes para atrair os consumidores para o centro de comércio informal, popularmente conhecido como camelódromo em Campos do Goytacazes. Há 1 ano e 3 meses após a mudança do local de comércio, várias promessas foram feitas para melhorar a estrutura e a divulgação do local. O problema é que até hoje, nada foi cumprido e a situação só tende a piorar. 


 Trabalhando há 5 anos no camelô, Wellington da Silva, de 34 anos reivindica os problemas que está enfrentando no camelô. "Estou trabalhando aqui porque preciso, mas não posso mentir e falar que a mudança me trouxe algum benefício, só fez piorar. Não sabemos o que vai acontecer com todos nós daqui pra frente."



 O permissionário diz que com a mudança de local as compras despencaram e deram lugar aos prejuízos; "As vendas caíram mais de 50%, ainda tenho sorte de ter meu ponto de venda no começo da passem de pessoas no camelô, assim ainda consigo me sustentar, se meu ponto de comércio estivessem lá atrás, já estaria fechado e buscado outro emprego. Não acredito que as obras de reforma do camelô serão concluídas." Finalizou. 


sexta-feira, 29 de maio de 2015

"Até a Globo compra os meus produtos", afirma vendedor.

Por Leandro Neves
Edição: Amanda Barreto


     Há 27 anos, Hermes Valentim Filho - de 72 anos de idade - atuava como ambulante, com a venda de notas, moedas e selos. Mas há um ano, ele deixou de ser um vendedor de rua ao garantir um ponto no atual Mercado Municipal. Hoje, o feirante tem um espaço chamado "Mundo das Moedas".


     Perguntado sobre as vendas, se houve ou não uma queda, Hermes afirma: "Aqui eu estou me adaptando, pois eu nunca tive uma barraca. Eu era vendedor de rua, e vendia bastante, mas temos que obedecer as regras, agir conforme a lei."





     Hermes fala um pouco sobre como começou o seu interesse pela venda de moedas, notas e selos: "Meu pai era ferroviário e trabalhava na Leopoldina; lá ele achava moedas antigas e guardava. Um dia, ainda aos meus 11 anos, meu colega viu uma delas em minhas mãos e disse que eu poderia ganhar dinheiro com isso; foi então que eu comecei a comercializar esses objetos antigos."


   Segundo seu Hermes, não só colecionadores se interessam por seu produto, mas também, museus e até canais de TV, como a Rede Globo.


"É preciso seguir as normas do governo", diz açougueiro.

Por Alexandre Henriques
Edição: Amanda Barreto


     Esse é Leonardo de Souza do Espírito Santo, de 34 anos;  ele é casado, tem um filho e trabalha no Mercado Municipal de Campos.


     Leonardo, desde a adolescência, acompanha e ajuda o seu pai Manel - que tem 75 anos e há 59 trabalha no Mercado vendendo carne bovina, suína e linguiça fresca. Todos os dias ele começa a trabalhar às 6 da manha e só pára às 7 da noite.
     Leonardo disse que com o trabalho de longos anos e dedicação à profissão, já garantiu uma boa freguesia; e quando os fregueses não o encontram, voltam em outro horário - ou um outro dia - porque já acostumaram com o seu atendimento.  
     Quando perguntado sobre o que acha da futura mudança do Mercado, o açougueiro disse que não é contra e até já pensou em uma reforma no seu estabelecimento, mas a Prefeitura pediu que ele esperasse, "É preciso também que os comerciantes sigam as normas estabelecidas pelo governo", afirmou.