Por Amanda Barreto
Edição: Romário Júnior
Dentre tantos questionamentos, um dos assuntos mais velados entre os camelôs é o que eles chamam de “Arrastão da Postura”. Esse procedimento da Secretaria de Postura, que busca manter a ordem e a livre passagem pelos corredores do Shopping Popular Michel Haddad, é arma de uma verdadeira guerra entre os camelôs.
Dizendo estar alheia - apenas observando a disputa entre os permissionários “rivais” - minha entrevistada foi relutante, e somente após eu ter deixado a câmera de lado e prometido usar um efeito para modificar a sua voz, ela me concedeu algumas poucas palavras: “Eles já vêm na certa, já vêm sabendo de quem irão tirar".
Segundo essa proprietária de uma modesta banca no corredor central, o arrastão é uma espécie de intriga entre quem vende mais e quem se sente prejudicado por estar em um ponto desprivilegiado da nova organização. Uma briga entre corredor e ponta; “É alguém que se acha injustiçado que denuncia, alguém aqui de dentro mesmo. Acontece porque a mercadoria está do lado de fora da banca, mas não tem espaço dentro da banca pra expor a mercadoria, então as pessoas têm que colocar do lado de fora. Eles (a Secretaria de Postura) vêm e pegam a mercadoria dos colegas.”
A fiscalização da Postura apreende tudo que está fora do limite de cada um, mas quando questionada sobre a suficiência do limite, minha entrevistada é ferrenha; “Queria que Dona Rosinha sentasse aqui por meia hora."
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