domingo, 24 de maio de 2015

O Quarto Mercado

Por: Aline Mendes
Edição: Yan Tavares

   Em 1980 houve uma assustadora massa de desemprego, quando os shoppings populares foram criados às pressas visando empregos rápidos, muitas pessoas foram para atividade econômica desregulada sem controle do Estado e sem pagamentos de impostos.

   Assim, surgiram no Brasil, vários shoppings que mais tarde foram adaptados e humanizados, ganhando segurança, iluminação, banheiros mais higiênicos e amplos, além de áreas de estacionamento, alimentação e até para armazenamento de mercadorias, assim como horários especiais de funcionamento.

   “O nosso Shopping Popular não foi diferente. A sua localização emergencial, deu nova vida ao comércio da Rua Barão de Amazonas, tradicionalmente voltado para um público de moradores de outras áreas do município, devido à proximidade com a Rodoviária. Hoje graças a estabilização econômica da nossa moeda, muitos desses comerciantes se encontram em excelente situação financeira, depois de tantas lutas, e isso é muito bom. Contudo, todos os que ali se encontram merecem uma área mais ampla, com melhores acomodações. Também nós usuários, merecemos uma área com melhores instalações. Então o que falta? Penso que o que falta é coragem. Coragem para enfrentamentos, pois é certo que as opiniões entre os permissionários é dividida, uns desejando melhorias mesmo em outra área e outros querendo apenas o imediatismo”, disse a historiadora Sylvia Paes.


Lagoa de Furtado Parque Alberto Sampaio (Arquivo Hélvio Cordeiro)
   
   Passamos por três transformações até chegar ao atual Mercado Municipal. O primeiro, segundo informações de Sylvia Paes, teria sido o Largo do Capim – hoje Boulevard Paulo Carneiro -, depois, veio o da antiga Praça Prudente de Moraes, mais conhecido como Chá-Chá-Chá. Mais tarde, tivemos o Largo do Mercado, área defronte a Faculdade de Direito de Campos e em seguida o atual Mercado, junto ao Canal Campos-Macaé.


Mercado do Largo do Rocio (Arquivo Hélvio Cordeiro)

   Ao seu lado, foi construída uma praça, tendo o seu nome dado em homenagem ao Padre Azeredo Coutinho, homem ilustrado - chegou a ser bispo de Olinda - que escreveu um tratado sobre a produção açucareira na região.


Mercado Municipal, Praça Azeredo Coutinho (Arquivo Hélvio Cordeiro)

   Um relógio francês inaugurado em 1921, podia ser visto ao alto de sua torre. Sua frente se abria para um vasto jardim, então chamado Jardim de Alá, que mais tarde veio a ser reformado, ganhando o nome de Alberto Sampaio, importante botânico campista.

Mercado Municipal (Arquivo Hélvio Cordeiro)
   No Estado do Rio de Janeiro há apenas esse exemplar como modelo de Mercado segundo moldes franceses.

                
Sylvia Paes (Arquivo Pessoal de Sylvia Paes)
   Por final, Sylvia levanta ainda algumas questões a serem pensadas, "Se outras cidades brasileiras podem e tem seus mercados preservados, porque não o nosso? Não somos merecedores? Uma cidade pequena tem que ser sempre considera menor e não merecedora de projetos ousados de restauro e uso de seu patrimônio?", questionou a historiadora.

              Contribuições: Sylvia Paes

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